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edição
Experimenta Asssociação para a Promoção
do Design e Cultura de Projecto
direcção
Guta Moura Guedes
Marco Sousa Santos
coordenação editorial
Levina Valentim
Inês Lamim
versão inglesa
João Duarte Ferreira
design gráfico
Mário Feliciano
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O LIVRO
O objecto/livro que está nestas páginas é
um reflexo, um dos muitos possíveis, da experimentadesign99.
Um reflexo deste, ou do outro lado do espelho.
Guta Moura Guedes
Podemos afirmar que um dos objectivos da experimentadesign é
o de rejeitar o previsível e progredir até onde
a criação nos entender levar. Sendo este livro uma
ínfima parte do que é passível de ser registado
da primeira edição da experimentadesign, também
ele foi concebido enquanto uma criação integrante
do evento. É um livro que não se fecha no seu conteúdo,
uma obra em aberto, tal como o evento que o originou.
Marco Sousa Santos
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ESPAÇOS |
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Espaço (do latim spatiu) s. m. extensão
indefinida; área; duração; intervalo; lugar;
capacidade de um lugar.
As ruas são a morada do colectivo. O colectivo é
uma essência eternamente agitada, eternamente em movimento
que, entre as fachadas dos edifícios suporta, experimenta,
aprende e sente tanto como o indivíduo protegido entre
quatro paredes.
Walter Benjamin
O homem é o intérprete do espaço. Essa interpretação
é executada através da confrontação
de dois espaços concomitantes e complementares: o espaço
interior, do individual, do particular, do ser (o que eu sou);
e o outro, o espaço exterior, do colectivo, do geral, do
mundo (os meus possíveis).
Diogo Teixeira
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OBJECTOS |
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Objecto (do latim objectu, «lançado adiante»)
s. m. tudo o que afecta os sentidos; coisa material; matéria;
assunto; fim; propósito; agente; motivo; causa; motivo
de uma acção, de um sentimento; filosofia: o que
é pensado, ou representado, enquanto distinto do acto pelo
qual é pensado; aquilo cuja existência é conside-rada
como independente do conhecimento que dele tem o sujeito pensante.
Não toques nos objectos imediatos.
A harmonia queima.
Por mais leve que seja um bule ou uma chávena,
São loucos todos os objectos.
Herberto Helder
No discurso antropológico dos últimos 20-25 anos
tem-se assistido a uma valorização dos artefactos
como um objecto de estudo importante para a antropologia: reconhecendo
a sua omnipresença nas nossas vidas na modernidade; mostrando
como os artefactos e os seus usos são suportes através
das quais as sociedades se definem e reproduzem; mas, sobretudo,
mostrando como a separação entre a concepção-produção
e o consumo, própria da produção industrial,
tem como efeito inesperado o fortalecimento do papel dos consumidores
na definição dos objectos; como em certas circunstâncias
as pessoas são capazes de se apropriarem dos objectos industriais
e de utilizá-los na criação da sua própria
imagem.
A mesma deslocação e ênfase no consumo, na
posse e na utilização criativa e inventiva das coisas,
tem sido realizada no discurso, e talvez também na prática,
do design. Desde os anos 70 que no Japão se chamou ao consumidor
um «designer de vida», atendendo a que uma grande
proporção da população formula e expressa
as suas vontades e quereres autonomamente, mais do que reagindo
passivamente ao que num determinado momento aparece no mercado.
Na antologia recente de estudos de design, organizada por R. Buchanan
e V. Margolin, propõe-se também uma noção
alargada de design, que inclua o projecto do quadro de vida
o que construímos para nós através do consumo,
nas nossas escolhas e utilização das coisas oferecidas
pelo mercado.
Não havendo, muitas vezes, coincidência entre os
usos dos produtos pelos consumidores e o proposto pelos designers
e fabricantes, parece-me estarmos perante um desafio posto aos
profissionais de design de produto: como ter em conta no seu trabalho
de projecto esta dimensão apropriativa no uso dos objectos
que projectam?
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DESIGNERS E SOCIEDADE |
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Sociedade (do latim societate) s.f. reunião
de pessoas unidas pela mesma origem e pelas mesmas leis; relação
entre pessoas; agremiação; associação;
parceria; participação; convivência.
O Design como actividade estratégica Identidade
corporativa, reconfiguração da oferta e desenvolvimento
local-global
Ezio Manzini, 3.526 caracteres
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texto]
1. Have you been here before 2. No this is the first time
Não há nada mais aborrecido do que alguém
que dá conferências.
Robert Wilson, 3.381 caracteres
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As Cores de Mariscal
A história é contada a partir do Negro que, a pouco
e pouco, é contaminado por diversos pontos brancos ou de
luz, que se transformam em letras, números e símbolos.
Cristiana Pena, 2.700 caracteres
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texto]
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OLD QUESTIONS, NEW ANSWERS? |
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Qual é a sua definição de Design?
O Design será uma expressão artística?
Será o Design um ofício com propósitos industriais?
Quais são as fronteiras do Design?
Será que o Design apenas se preocupa com uma parte do meio-ambiente?
Constitui um método de expressão global?
Será o Design um processo de criação individual?
Ou será que resulta da criatividade de um grupo?
Existirá uma ética do Design?
Será que o Design implica necessariamente uma ideia de
objectos utilitários?
Ou é possível que exista algum tipo de coexistência
no sentido da criação de obras que transmitam puro
prazer?
Será que a forma é obrigatoriamente uma consequência
da análise funcional?
O computador irá alguma vez substituir o designer?
O Design implica uma produção industrial?
Será o Design um meio utilizado para transformar um objecto
antigo através de novas técnicas?
Ou será que se trata de uma forma de tornar mais atraente
um objecto já existente?
O Design é um elemento de política industrial?
Será que a criação no Design admite alguns
limites?
Quais são esses limites?
O Design obedece a leis?
Existem tendências e diferentes Escolas de Design?
Será que o Design é efémero?
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LABORATÓRIO |
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Laboratório (do latim laborare,
«trabalhar», pelo francês laboratoire) s. m.
lugar especialmente apetrechado para experiências ou trabalhos
de índole científica; [fig] lugar onde se realizam
grandes transformações ou operações.
Design/Arte Arte / Design
A concepção mais generalizada (e banalizada) do
design entende-o como um processo autónomo, intimamente
ligado a fenómenos como a Revolução Industrial,
o Movimento Moderno, a produção em massa e a sociedade
de consumo. Como corolário dela, o design seria a invenção
criativa de objectos destinados à reprodução
seriada.
Rui Afonso Santos, 22.633 caracteres
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texto]
Proposta de uma nova abordagem da reflexão acerca do
design
Hoje, as sólidas barreiras, que se haviam imposto entre
os diferentes domínios da criação, parecem
estar em vias de demolição: os artistas plásticos
assimilam os ícones do consumo e piscam insistentemente
o olho ao design e à arquitectura nas suas interrogações
acerca do objecto.
Chloé Braunstein, 10.027 caracteres
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MOVIMENTO |
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Movimento (da raiz latina movere) s.m.
mudança de posição no espaço em função
do tempo; acto de mover ou de se mover; deslocação;
evolução de ideias; impulso interior; estímulo;
alteração; filosofia: passagem da potência
ao acto.
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