SHOWINDOWS [↑] Imagens 1 2 
INTERVENÇÕES DE ARTISTAS E COMISSÁRIOS EM MONTRAS DA BAIXA DE LISBOA

Ao levar as propostas de seis artistas portugueses e três designers franceses para o interior de montras e espaços comerciais, o evento Showindows concretiza uma das intervenções da Bienal de Lisboa que mais foge aos contextos tradicionais da exibição cultural e que mais se imiscui no contexto do espaço público do consumo.
É seguramente aquela proposta que vai mais longe no que toca à interacção com o olhar público e, mais especificamente, com o olhar consumista.

As montras são um dos mais eficazes interfaces da lógica de consumo e a zona onde se realiza o primeiro contacto entre quem vende e quem compra. Funcionam como um território de sedução ficcionado onde a imagem, a estética e a surpresa se conjugam na disputa da atenção, um dos bens socialmente mais cobiçados nas sociedades contemporâneas. São janelas onde se olha para dentro e não para fora, onde se convida a entrar e não a sair, onde a lógica do consumo se constrói e desconstrói numa paisagem artificial tendencialmente dominada pelas linguagens do marketing e da publicidade.
Levar até esse universo as gramáticas da arte e do design através de projectos específicos que questionam a banalidade e, mesmo, a violência do ritmo consumista actual, convidam o consumidor habitual a uma reflexão invulgar.

Pensados em função da identidade e carácter de cada sítio e entidade, os diferentes projectos dos artistas e designers convidados tecem comentários irónicos ou interagem criticamente com os conteúdos que as montras originalmente oferecem para consumo.
Porque as circunstâncias assim o ditam, raramente estas instalações assumirão o carácter de obras de arte autónomas que falam só sobre o artista ou sobre os próprios mecanismos de legitimação artística. É o próprio consumo da arte que se têm que relocalizar quando invade os micro-territórios do comércio puro e duro.
Colher o transeunte de surpresa para o fazer reflectir, durante um momento que seja, sobre os mecanismos e as expectativas do consumo - dos bens transaccionáveis, como da arte efémera - é o desafio que Showindows se propõe realizar.



BEEF / No Comment, 2003
Renault Portuguesa
Av. da Liberdade, 29-31-33

    
MATALI CRASSET / Sliding, 2003
Hermès
Largo do Chiado, 9


CATARINA CAMPINO / Untitled, 2003
Renault Portuguesa
Av. da Liberdade, 29-31-33

    
MIGUEL PALMA / Travelling with Pets, 2003
Aeroflot
Av. da Liberdade, 36


JORGE SANTOS / Envelopes #3, 2003
CTT
Praça dos Restauradores

    
XANA / Felicidade - no subject, 2003
Palácio Foz
Praça dos Restauradores


JOÃO LOURO / Dead End #07, 2003
Outdoor
Marquês de Pombal

    
FERNANDA FRAGATEIRO / Pandora's Box, 2003
Ana Salazar
Rua do Carmo, 85


RUI VALÉRIO / Colors, 2003
Vista Alegre
Rua Ivens, 52-54
    
ORA-ÏTO / Untitled, 2003
Lidija Kolovrat
Rua do Salitre, 169



LOCAL: Baixa, Chiado e Avenida da Liberdade
DATA: 21 de Setembro - 02 de Novembro

//Comissariado por: ExperimentaDesign
//Selecção e coordenação participação Francesa: Cédric Morisset
//Produção: Luisa Ramos [EXD] //Assistente: José Madeira [EXD]
//Responsável técnico montagem: Sérgio Costa
//Apoios: AEROFLOT– Russian Airlines, AFAA – Association Française d’Action Artistique,
  Ana Salazar - Anos Trinta pronto-a-vestir, Lda., ATL-Associação de Turismo de Lisboa, CTT – Correios,   Grupo Atlantis-Vista Alegre, ICEP Portugal – Investimento, Comércio e Turismo,
  Hermès Internacional Portugal, Lidija Kolovrat, Renault Portuguesa.