Também conhecido por Mosteiro de Santa Maria de Belém, é uma obra-prima da arquitectura religiosa portuguesa do século XVI. É considerado um exemplo tecnicamente avançado na conjugação do programa funcional - serviço público aos mareantes, cenóbio, mausoléu e palácio - com a espacialidade de igreja-salão. Compõe-se de espaços de diferentes características estilísticas, que reflectem as épocas de diversas intervenções.
A igreja, claustro, sacristia, refeitório são exemplos do estilo manuelino (inícios do séc. XVI), a capela-mor e forro do transepto são maneiristas (finais do séc. XVI), o remate da torre, antigo dormitório e sala do capítulo de características revivalistas (séc. XIX) e o modernismo (séc. XX) reflecte-se na ala Este do anexo e Biblioteca da Marinha.
Doado por D. Manuel I à Ordem de São Jerónimo, a primeira campanha construtiva do Mosteiro teve início em 1514, contando com alguns dos mestres mais experimentados da altura, como Francisco de Arruda ou Jerónimo de Ruão. Em particular, o Claustro tem projecto de Diogo de Boitaca, a sua construção teve início com a 2ª campanha de obras (1517) sob direcção de João de Castilho e foi finalizada por Diogo de Torralva entre 1540 e 1541. É um excelente exemplo da arquitectura manuelina, que se desenvolve sob uma planta quadrangular, em 2 pisos de arcadas maineladas e galerias abobadadas com polinervuras. Na ala inferior está o túmulo do poeta Fernando Pessoa, da autoria do escultor Lagoa Henriques, em 1985.
Classificado como Monumento Nacional e inscrito na lista de Património Mundial da UNESCO, o Mosteiro dos Jerónimos situa-se na zona de Belém, junto ao rio Tejo, numa envolvente marcada por outros monumentos históricos e edifícios culturais, parte do cenário cultural de Lisboa.