Quando em 1969 Buckminster editou o seu livro antecipatório “Manual de Instruções para a Nave Espacial Terra” acreditava que no século XXI estas questões já não se colocariam. Que os homens já estariam num patamar evolutivo em que barreiras criadas pelo espaço, pelas crenças, pela raça estariam diluídas.

O início do século XXI apresenta-se de forma incontornável como um momento único de profundas transformações, aos mais variados níveis, constituindo um período em que seremos inevitavelmente forçados a rever muito do que temos como adquirido e a redesenhar parte substantiva das nossas estruturas operativas.

Marcar uma fronteira significa, em muitos casos, evidenciar uma diferença e torná-la, de algum modo, um obstáculo. “NO BORDERS” centra-se na detecção e na análise daquilo que são algumas das principais barreiras e fronteiras que o ser humano, enquanto animal social, tem vindo a criar ao longo dos tempos. Não só na sua identificação e definição mas também no desenvolvimento de potenciais soluções que as permitam transformar.

Passa também pela certeza de que a colaboração e a cooperação são os grandes veículos de desenvolvimento da sociedade pelo que a criação de um contexto operativo que permita que estas aconteçam se torna prioritário. Esse contexto está intimamente ligado ao desmantelar de algumas das fronteiras que criámos e intimamente ligado ao desenvolvimento de novas ferramentas, materiais ou imateriais, de pequena ou de grande escala.

Quando falamos de fronteiras inerentes às nossas estruturas abrangemos uma tipologia muito diversificada das mesmas. Falamos de fronteiras antropológicas, culturais, sociais, geográficas, tecnológicas, económicas e financeiras. Físicas, mentais, materiais, imateriais, emocionais. Todo um território transdisciplinar e meta-nacional em actual revisitação e em relação ao qual o design irá ter um papel fundamental.

A experimentadesign lança como tema para a edição da EXD'13 Lisboa um dos grandes temas deste século e convoca designers, arquitectos, pensadores, produtores, investigadores, economistas, gestores, políticos e o público em geral, para uma discussão alargada e plural sobre o mesmo.

Sem fronteiras.
“Onde moras?”, “O que és?”, “De que religião?”, “De que raça?”, “De que nacionalidade?”, são hoje consideradas perguntas lógicas. No século vinte e um, a humanidade terá percebido que estas perguntas são absurdas e anti-evolucionárias, ou então os homens terão deixado de viver na Terra.”

Buckminster Fuller, in Manual de Instruções para a Nave Espacial Terra, 1969
EXD'13
LISBOA

NO BORDERS

07.NOV —
22.DEZ.2013
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