BRIEFING
ENQUADRAMENTO
O aumento da esperança de vida, consequência da melhoria das condições de saúde e alteração de estilos de vida, é acompanhado pelo paradoxo de um fim de vida caracterizado por um período cada vez mais longo de incidência de incapacidade, isolamento e perda de autonomia.
Por outro lado devemos ter em atenção que nesta faixa etária existe um imenso capital humano desaproveitado, e que as pessoas mais velhas têm interesses e expectativas semelhantes às da generalidade de população - Apaixonam-se, viajam, consomem, tem hábitos culturais, frequentam a universidade. Estas actividades e dinâmicas comuns, bem como o afecto, representam uma importante base para a construção de relações intergeracionais sustentáveis.
Os idosos representam igualmente um mercado em crescimento, com rendimentos disponíveis superiores aos da generalidade da população. Apesar da crise da família tradicional, os idosos são ainda uma fonte de apoio fundamental para as gerações mais jovens, quer através de apoio financeiro como familiar.
Contudo, está provado que as redes sociais dos idosos são extremamente frágeis e que a sua ruptura pode privá-los de coisas tão básicas quanto a companhia regular dos amigos, actividades recreativas ou o acesso a cuidados de saúde, bens e serviços.
É necessário compreender as circunstâncias que afectam a vida dos idosos e os factores que levam à solidão e ao isolamento, como por exemplo o desaparecimento da família alargada, a diferença expressiva na esperança de vida entre homens e mulheres, a diminuição da rede de relações sociais associada à entrada na reforma, a situação de pobreza ou sentimentos de insegurança, inadaptação e medo. Em alguns casos o isolamento será resultado de hábitos adquiridos ao longo da vida e de um progressivo desfasamento face à realidade quotidiana; noutros será uma experiência nova e desconhecida, provocada por mudanças abruptas como a perda do cônjuge.
De igual modo, há que compreender as diferenças subtis entre viver sozinho, solidão e isolamento social. A solidão prende-se mais com a percepção do indivíduo acerca do seu nível de interacção social, e é um fenómeno transversal a todas as gerações na sociedade contemporânea; o isolamento social é uma medida do distanciamento do indivíduo face à comunidade em geral; enquanto que viver sozinho não leva necessariamente a nenhuma destas situações.
Muito se tem escrito sobre o desaparecimento dos laços sociais sólidos que caracterizavam as comunidades do passado, onde a entreajuda e redes de dependência estavam na base daquilo que agora reconhecemos como comunidades ricas em capital social.
Action for Age 2 pretende fomentar ideias que criem ou valorizem o capital social existente, promovendo uma maior coesão social. As propostas deverão ter como principal objectivo estabelecer relações intergeracionais genuínas e espontâneas que combatam o isolamento social e a solidão das pessoas mais idosas.
O envelhecimento da população constitui um dos principais desafios que as sociedades ocidentais enfrentam actualmente e nas próximas décadas, pois põe em causa o modelo social e económico vigente. Para além de novas políticas sociais e económicas, é urgente repensar o papel do idoso na sociedade, promovendo relações intergeracionais, genuínas assentes em redes sociais dinâmicas e sustentáveis. Em paralelo, é importante estimular tendências comportamentais preventivas, como por exemplo uma melhor conciliação entre vida profissional e familiar, ou a persecução de relações pessoais e outros interesses ao longo da vida.
BRIEFING
Identifica um lugar, como o teu bairro ou uma associação ou empresa locais por exemplo, e apresenta uma proposta que estimule relações intergeracionais. Esta deve abordar as necessidades da população sénior vulnerável à solidão e ao isolamento social, não esquecendo os benefícios transversais a toda a comunidade. Considera a forma como poderás envolver os utilizadores finais no desenho da proposta, tendo em conta o que é relevante para eles, de modo a obter resultados eficazes.
O formato da solução é flexível: pode tratar-se de um produto, uma campanha, um ambiente, uma rede, um serviço ou iniciativa. Pode integrar elementos de cada uma destas opções ou ser algo completamente diferente. O objectivo é conceber uma solução coerente que procure responder à necessidade identificada de um aumento de relações intergeracionais, resultando numa integração mais plena dos idosos, bem como outros indivíduos, na comunidade.
Na construção de novas relações intergeracionais, deve ter-se em atenção a importância dos interesses mútuos e dos afectos, de forma a garantir a sua genuinidade e espontaneidade.
Os projectos apresentados a concurso devem ser solidamente fundamentados na realidade, não precisando obrigatoriamente de responder a necessidades urgentes. Os participantes poderão identificar necessidades emergentes que levem a soluções com potencial transformador a médio e longo prazo.
Deve considerar-se que o processo de isolamento social associado ao envelhecimento, pode e deve ser prevenido. A faixa etária próxima da idade da reforma precisa de iniciativas que preparem os indivíduos para esta transição. Só assim será possível garantir a integração dos futuros idosos, cada vez mais numerosos, de forma sustentável.
Nota:
O brief do Action for Age/2 resulta da adaptação efectuada pela design response do brief original da RSA à realidade portuguesa, na qual colaboraram peritos em envelhecimento e intergeracionalidade, bem como docentes da maioria das escola de design nacionais.
ENQUADRAMENTO
O aumento da esperança de vida, consequência da melhoria das condições de saúde e alteração de estilos de vida, é acompanhado pelo paradoxo de um fim de vida caracterizado por um período cada vez mais longo de incidência de incapacidade, isolamento e perda de autonomia.
Por outro lado devemos ter em atenção que nesta faixa etária existe um imenso capital humano desaproveitado, e que as pessoas mais velhas têm interesses e expectativas semelhantes às da generalidade de população - Apaixonam-se, viajam, consomem, tem hábitos culturais, frequentam a universidade. Estas actividades e dinâmicas comuns, bem como o afecto, representam uma importante base para a construção de relações intergeracionais sustentáveis.
Os idosos representam igualmente um mercado em crescimento, com rendimentos disponíveis superiores aos da generalidade da população. Apesar da crise da família tradicional, os idosos são ainda uma fonte de apoio fundamental para as gerações mais jovens, quer através de apoio financeiro como familiar.
Contudo, está provado que as redes sociais dos idosos são extremamente frágeis e que a sua ruptura pode privá-los de coisas tão básicas quanto a companhia regular dos amigos, actividades recreativas ou o acesso a cuidados de saúde, bens e serviços.
É necessário compreender as circunstâncias que afectam a vida dos idosos e os factores que levam à solidão e ao isolamento, como por exemplo o desaparecimento da família alargada, a diferença expressiva na esperança de vida entre homens e mulheres, a diminuição da rede de relações sociais associada à entrada na reforma, a situação de pobreza ou sentimentos de insegurança, inadaptação e medo. Em alguns casos o isolamento será resultado de hábitos adquiridos ao longo da vida e de um progressivo desfasamento face à realidade quotidiana; noutros será uma experiência nova e desconhecida, provocada por mudanças abruptas como a perda do cônjuge.
De igual modo, há que compreender as diferenças subtis entre viver sozinho, solidão e isolamento social. A solidão prende-se mais com a percepção do indivíduo acerca do seu nível de interacção social, e é um fenómeno transversal a todas as gerações na sociedade contemporânea; o isolamento social é uma medida do distanciamento do indivíduo face à comunidade em geral; enquanto que viver sozinho não leva necessariamente a nenhuma destas situações.
Muito se tem escrito sobre o desaparecimento dos laços sociais sólidos que caracterizavam as comunidades do passado, onde a entreajuda e redes de dependência estavam na base daquilo que agora reconhecemos como comunidades ricas em capital social.
Action for Age 2 pretende fomentar ideias que criem ou valorizem o capital social existente, promovendo uma maior coesão social. As propostas deverão ter como principal objectivo estabelecer relações intergeracionais genuínas e espontâneas que combatam o isolamento social e a solidão das pessoas mais idosas.
O envelhecimento da população constitui um dos principais desafios que as sociedades ocidentais enfrentam actualmente e nas próximas décadas, pois põe em causa o modelo social e económico vigente. Para além de novas políticas sociais e económicas, é urgente repensar o papel do idoso na sociedade, promovendo relações intergeracionais, genuínas assentes em redes sociais dinâmicas e sustentáveis. Em paralelo, é importante estimular tendências comportamentais preventivas, como por exemplo uma melhor conciliação entre vida profissional e familiar, ou a persecução de relações pessoais e outros interesses ao longo da vida.
BRIEFING
Identifica um lugar, como o teu bairro ou uma associação ou empresa locais por exemplo, e apresenta uma proposta que estimule relações intergeracionais. Esta deve abordar as necessidades da população sénior vulnerável à solidão e ao isolamento social, não esquecendo os benefícios transversais a toda a comunidade. Considera a forma como poderás envolver os utilizadores finais no desenho da proposta, tendo em conta o que é relevante para eles, de modo a obter resultados eficazes.
O formato da solução é flexível: pode tratar-se de um produto, uma campanha, um ambiente, uma rede, um serviço ou iniciativa. Pode integrar elementos de cada uma destas opções ou ser algo completamente diferente. O objectivo é conceber uma solução coerente que procure responder à necessidade identificada de um aumento de relações intergeracionais, resultando numa integração mais plena dos idosos, bem como outros indivíduos, na comunidade.
Na construção de novas relações intergeracionais, deve ter-se em atenção a importância dos interesses mútuos e dos afectos, de forma a garantir a sua genuinidade e espontaneidade.
Os projectos apresentados a concurso devem ser solidamente fundamentados na realidade, não precisando obrigatoriamente de responder a necessidades urgentes. Os participantes poderão identificar necessidades emergentes que levem a soluções com potencial transformador a médio e longo prazo.
Deve considerar-se que o processo de isolamento social associado ao envelhecimento, pode e deve ser prevenido. A faixa etária próxima da idade da reforma precisa de iniciativas que preparem os indivíduos para esta transição. Só assim será possível garantir a integração dos futuros idosos, cada vez mais numerosos, de forma sustentável.
Nota:
O brief do Action for Age/2 resulta da adaptação efectuada pela design response do brief original da RSA à realidade portuguesa, na qual colaboraram peritos em envelhecimento e intergeracionalidade, bem como docentes da maioria das escola de design nacionais.
DOCUMENTOS RELACIONADOS